sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Deixo-vos a paz...

“Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize!” (João 14, 27).



A paz é tudo o que alguém precisa... Mesmo sem saber, todos buscam a paz de alguma forma. Ter paz é um desejo íntimo de todo coração que verdadeiramente busca a felicidade.
Alguns buscam a felicidade trabalhando exageradamente, outros, nos bens materiais. Outros ainda, buscam nos prazeres mundanos... Festas, bebidas e até drogas pesadas. Todos, sem perceber, buscam a mesma coisa! A paz!
Cristo vem de encontro a essa necessidade de paz e se apresenta como a verdadeira paz. Somente Ele pode nos dar a paz que edifica e que traz felicidade.
Muitas vezes, ouço pessoas dizerem que dariam tudo o que conquistaram para poder ter um pouco de paz. Isso me faz lembrar o que diz no livro de Sabedoria: “Como se não bastasse terem errado acerca do conhecimento de Deus, embora passando a vida numa longa luta de ignorância, eles dão o nome de paz a um estado tão infeliz” (Sabedoria 14, 22).
Nosso conhecimento humano não pode definir essa paz buscada se não entrarmos na sabedoria divina e na sua maneira de trazer a paz. Antes de qualquer coisa, a paz é fruto da justiça, como meditamos na campanha da fraternidade desse ano.
Jesus veio trazer ao homem um conceito de paz diferente do conceito humano. Quando Ele anunciou sua missão profética ao povo de Deus, todos esperavam um líder guerreiro que trouxesse a libertação para o povo.
Porém, ao invés da espada, Ele usou o abraço. Repreendeu Pedro e curou a orelha daquele soldado que viera prendê-lo.
Preferiu dar a outra face e amar os inimigos... Dessa forma, Ele era o condenado à morte mais em paz que Pilatos havia interrogado. Sua paz interior era mais dolorida do que a espada e muito mais ameaçadora do que qualquer exército. Seu silêncio esbofeteava aquele homem que em um ato de desespero disse: “Tu não me respondes? Não sabes que tenho poder para te soltar e para te crucificar?” (João 19, 10).
A sabedoria mundana não pode entender isso! Como aquele Homem podia ficar quieto e não se defender daquelas acusações? Como não se justificava?
“O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus súditos certamente teriam pelejado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu Reino não é deste mundo” (João 18, 36).
Essa foi a resposta que Cristo disse aquele homem que pensava ser digno em julgar Jesus. Ora, acho que ficou muito claro onde quero chegar, não ficou?
Se o Reino de Cristo não é desse mundo, a paz que Ele vem oferecer também não pode ser... É por isso que Ele mesmo diz: “Deixo-vos a paz... Não vo-la dou como o mundo dá”. A verdadeira paz em Cristo está muito acima de qualquer coisa terrena.
Ora, se fomos criados a imagem de Deus, então existe dentro de nós um desejo dessa verdadeira paz, que tentamos suprir com coisas que não suprem. Como diria um compositor popular “nem que eu bebesse o mar, encheria o que eu tenho de fundo” (Djavan).
O mar não pode encher aquilo que não está ao seu alcance. É como Cristo diz para aquela mulher no poço: “Se conhecesses o dom de Deus, e quem é que te diz: Dá-me de beber, certamente lhe pedirias tu mesma e ele te daria uma água viva. Todo aquele que beber desta água tornará a ter sede, mas o que beber da água que eu lhe der jamais terá sede. Mas a água que eu lhe der virá a ser nele fonte de água, que jorrará até a vida eterna” (João 4, 10-14).
Portanto, a paz verdadeira só pode ser encontrada naquele que verdadeiramente é o príncipe da paz, Jesus Cristo. Por isso, termino esse texto dizendo aquilo que maravilhosamente Santa Teresa d’Ávila reza de forma maravilhosa: “Nada deve inquietar-te, nada assustar-te. Tudo passa. Só Deus permanece mesmo. Tudo se consegue com paciência, e quem tiver Deus, possuirá tudo. Só Deus basta”.
Deus nos abençoe e nos dê a Sua paz!
Escrito por: Adryadson Flabio Nappi

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Amor "materno"de Deus

“Pois eis o que diz o Senhor: vou fazer a paz correr para ela como um rio, e como uma torrente transbordante a opulência das nações. Seus filhinhos serão carregados ao colo, e acariciados no regaço. Como uma criança que a mãe consola, sereis consolados em Jerusalém” (Isaias 66, 12-13).

Posso dizer com toda a certeza no coração que o amor de Deus para conosco é imensurável e incompreensível. Porém, Ele mesmo nos dá uma dimensão real e humana do Seu amor comparando seu Amor ao amor materno, que doa sua vida para os seus filhinhos. Isso me faz lembrar certa história que um dia li:
“Certa vez, perguntaram a uma mãe qual era o seu filho preferido, aquele que ela mais amava. "Nada mais volúvel do que um coração de mãe", respondeu ela. O meu filho preferido é o meu filho doente, até que ele sare. O filho que partiu, até que ele volte. O que está cansado, até que descanse. O que está com fome, até que se alimente. O que está estudando, até que aprenda. O que não trabalha, até que se empregue. O que é pai, até que crie seus filhos. O que chora, até que se cale, tranqüilo... Amo a todos com igual intensidade, acrescentou a mãe. E concluiu... O preferido é aquele que, no momento, está precisando de maior atenção e carinho” (autor desconhecido).
Essa pequena e bela história define de forma maravilhosa a dimensão do amor de uma mãe, que não tem preferência por nenhum dos seus filhos. A beleza disso é saber que o amor materno não impõe condições, comportamentos ou causas definidas.
Simplesmente, a mãe ama o filho pelo que ele representa em sua vida e não pelo que ele fez ou deixou de fazer para ela. Essa é a maior essência do amor! “Como uma criança que a mãe consola, sereis consolados em Jerusalém”.
Para Deus, é isso que somos! Pequenas crianças carentes do seu amor, sedentas por consolo, paz e carinho. Que bela promessa de Deus para nós! Ele nos carregará no colo e acariciará nossos rostos.
Quão bom e agradável é o nosso Deus. O Deus que não prefere ninguém, mas que ama a cada um especialmente, segundo a necessidade de cada momento. Um Deus que não se dá em partes para uma multidão mas que se doa plenamente para cada um individualmente.
Podemos pensar então que a medida do amor de Deus é a medida do amor de uma mãe? Em partes sim, porém, vai muito mais além do que isso. "Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca. Eis que estás gravada na palma de minhas mãos, tenho sempre sob os olhos tuas muralhas" (Isaias 49, 15-16).
"Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia; antes de teu nascimento, eu já te havia consagrado, e te havia designado profeta das nações" (Jeremias 1, 5) diz o Senhor. O amor de Deus vai ainda mais além do amor de uma mãe, pois antes que nossas mães nos amassem, Deus nos amou primeiro.
O amor materno é sim semelhante ao amor de Deus, porém ainda com a imperfeição humana. Deus nos ama com a perfeição máxima e plena de amar, pois Ele é a personificação desse amor. Perto de Deus só existe amor na sua forma mais bela e perfeita de ser, o amor ágape.
Te pergunto então: se uma mãe ama tão intensamente o filho que é capaz de dar tudo o que tem para ele, o que dirá então o amor de Deus? Só posso terminar citando o que Paulo escreve aos Romanos: "Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada? Pois estou persuadido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades,nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Romanos 8, 34-39).
Que Deus nos abençoe!

Escrito por: Adryadson F. Nappi

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Orar, um ato de amor!

“Outrossim, o Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza; porque não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis. E aquele que perscruta os corações sabe o que deseja o Espírito, o qual intercede pelos santos, segundo Deus” (Romanos 8, 26-27).


Sempre que pensarmos em oração, precisamos entendê-la como um diálogo com Deus. Se analisarmos a essência da palavra “diálogo” veremos que nada mais é do que uma conversação entre duas ou mais pessoas.
Portanto, assim deve ser a nossa oração com Deus. Uma conversa sincera, amorosa e íntima com o Senhor, entregando o que de mais precioso temos em nossa vida: o coração; como ensina Jesus no evangelho “onde está o teu tesouro, lá está o teu coração” (Mateus 6, 21).
São Paulo diz nesse trecho que Deus conhece o coração e intercede por nós, através daquilo que sentimos. Por isso, a oração precisa antes de tudo, de um coração sincero e cheio de fé, liberto de todas as amarras que impedem de chegar de forma verdadeira a Cristo, libertação essa que somente o Espírito Santo pode realizar.
Muitos de nós, ao longo da caminhada, esquecemos que a oração é um diálogo amoroso onde, ao invés de falar somente, preciso ouvir a voz de Deus em minha vida. Deus fala e direciona-nos para o caminho que é Cristo através de Sua palavra, que exorta, conforta, ama e acolhe todos nós.
Orar é um ato de amor! Não pode ser um fardo ou uma obrigação a ser cumprida. Precisa ser um ato sincero do coração que ama aquele com quem está dialogando. Quem ama quer estar perto, conversar, abraçar e dar atenção a pessoa amada.
Muitas vezes, ouço pessoas dizerem que estão sempre rezando... Lavando louça, passando roupa, trabalhando ou fazendo qualquer outra coisa. Tudo bem, não que isso não seja bom! Porém, precisa existir em nossa vida cotidiana um espaço que dedicamos para a oração pessoal.
Aquele momento onde eu paro todas as coisas e deixo todos os meus afazeres para estar com o Senhor, ouvindo-O pela sua palavra (Bíblia) e vivendo intensamente esse momento de amor. Quem verdadeiramente faz isso escolhe a melhor parte da vida, e essa não lhe será tirada, como diz o Senhor para Marta no evangelho de Lucas 10, 38-42.
Quando a oração vivida de forma intensa e verdadeira, ela é capaz de gerar frutos em nossas vidas, e nos aproxima do amor verdadeiro a Cristo. Essa oração não precisa ser longa ou com palavras bonitas e difíceis, mas intensa em sentimentos e propósitos sinceros do coração.
Jesus Cristo orou e aconselhou seus amigos dizendo: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação” (Mateus 26, 41). Ele mesmo nos deu esse exemplo e orou muito em sua caminhada aqui na terra. Somente a oração nos ajuda a vencer as nossas fraquezas humanas e limitações pessoais, e nos transforma a cada dia na busca da santidade e das virtudes.
Muitas vezes não conseguimos entender as coisas que acontecem em nossa vida se não for através da oração. Quando Cristo na sua angústia suprema pede ao Pai que afaste aquele cálice que ele teria que beber, Jesus colocou a Deus seu mais puro e verdadeiro sentimento que estava no coração. Por três vezes ele pediu em oração: “Pai, afasta de mim esse cálice” (Marcos 14, 36). Porém, no silêncio supremo de Deus Pai Jesus entendeu a resposta e logo disse: “Contudo, não se faça o que eu quero, senão o que tu queres”.
Nesse trecho percebemos o fruto mais verdadeiro de uma oração sincera com Deus, fazer a vontade de Deus em nossa vida, e não a nossa. A vida de oração precisa nos ensinar isso sempre! Muitas vezes rezamos isso todos os dias, e não percebemos a seriedade e o compromisso assumido quando rezo “seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu”.
A oração do Pai nosso é bela por que saiu do mais profundo do coração de Cristo que viveu e testemunhou essa oração na sua plenitude.
Enfim, orar é, sem dúvida, um ato de amor e compromisso, quando deixo de lado as minhas realidades e certezas, para viver as certezas de Deus. Que o Espírito Santo possa orar em nós e nos ensinar como e o que devemos pedir, fazer e realizar para agradar a Deus plenamente.
Deus abençoe a todos!
Escrito por: Adryadson F. Nappi

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Quem ama, doa a vida...

“Nisto temos conhecido o amor: (Jesus) deu sua vida por nós. Também nós outros devemos dar a nossa vida pelos nossos irmãos. Quem possuir bens deste mundo e vir o seu irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como pode estar nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amem com palavras nem com a língua, mas por atos e em verdade” (I João 3, 16-18).


Dentro do contexto em que vivemos nos dias de hoje o amor é banalizado e incompreendido. João nos traz então uma preciosidade literária e repleta de sentido, nos ensinando sobre o amor. O conhecer do amor verdadeiro é necessário para todos nós, para assim compreendermos melhor o que realmente esse amor pode realizar em nossa vida.
É importante perceber que a idéia de amor que João quer nos mostrar está em doar sua vida para o outro. Não pode existir outro sentido maior do que esse. Assim mesmo ensinou Cristo: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor expõe a sua vida pelas ovelhas” (João 10, 11), e ainda afirma dizendo: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos” (João 15, 13).
A essência do amor está no comprometimento e na doação que dedicamos para outrem, e por isso, entregamos a nossa vida no seu sentido mais pleno para que isso seja possível. O discípulo muito amado afirma que o amor não necessita de grandes palavras, mas acima de tudo, está na forma e no jeito de agir, de falar e de sentir esse amor. Grandes momentos de amor geralmente são vividos com poucas palavras e com muita intensidade de sentimento, abraços e carinhos.
Quando pensamos no sentido de “dar a vida” não podemos apenas pensar no sentido “vida e morte”. Vai muito além do que isso! Dar a vida é verdadeiramente dedicar o seu tempo, os seus pensamentos, os seus atos e sua forma de viver para esse amor.
Como o amor de uma mãe, que não mede conseqüências para amar seu filho, em cada comida que faz, em cada roupa que passa, em cada gesto rotineiro e pequeno, que demonstra uma grandiosidade imensurável do amor.
Como o amor dos esposos, que doam o coração, o corpo e a vida para juntos construírem uma família e serem um só no amor com Deus.
Quem ama verdadeiramente deseja livremente dar a vida pelo amado. Madre Teresa de Calcutá já dizia: “O amor só é amor quando dói, se ainda não doeu, é por que ainda não é amor”. O amor verdadeiro passa pela dor, pelo sofrimento, pela dificuldade, e ainda assim, continua vivo e ardente no coração.
É por essa razão que São Paulo afirma em sua carta aos Coríntios “o amor jamais acabará” (I Coríntios 13, 8). Tudo precisa ser fundamentado no amor e todos precisam se entregar a esse Amor verdadeiro que nos amou primeiro.
“Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele” (I João, 4,16), portanto, em nossa essência somos amados primeiro por Deus, para assim termos a capacidade e a possibilidade de amar os outros.
Ao contrário do que se pensa, não precisamos fazer força para amar, pois faz parte da essência natural de nossa criação, quando fomos criados por Deus e Ele nos amou e achou que era bom. O maior esforço está em odiar, e por isso, que o ódio é capaz de gerar doenças físicas e espirituais, pois quem odeia, está lutando com a sua própria essência e naturalidade de amar.
Porém, ao mesmo tempo, a limitação humana exige de nós um esforço diário para amar, pois aprendemos a forma “incorreta” de amar. Exigimos do outro um amor limitado, colocando condições e pré-requisitos para que esse amor possa acontecer, e assim, não conseguimos “amar nossos inimigos” (Mateus 5, 44) como nos pede Jesus no evangelho.
Portanto, a essência do amor está na doação plena que damos de nós mesmos. Quando Jesus anuncia que dará a sua vida para o mundo, Pedro logo se manifesta contra e Cristo lhe pergunta: “Darás a tua vida por mim?” (João 13, 37). Naquele momento, Pedro afirma que sim, mas antes que o galo cantasse três vezes, sua fraqueza falou mais alto. Naquele momento, Pedro amou apenas com palavras, como diz João nesse trecho de sua carta.
Porém, Jesus o reencontrou e logo perguntou: “Pedro, tu me amas? Apascenta as minhas ovelhas!” (João 21, 15) e assim Pedro fez. Entendeu o amor no seu sentido pleno e que só conseguiria permanecer amando se continuasse firme no amor verdadeiro que é o próprio Cristo.
E assim permaneceu e doou toda a sua vida para a construção desse Reino de Amor, e nos deu o exemplo maior: quem ama, doa sua vida! Aí está o segredo dos santos.
Deus abençoe a todos!
Escrito por: Adryadson F. Nappi

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Pagar o mal com o bem!

“Vede que ninguém pague a outro mal por mal. Antes, procurai sempre praticar o bem entre vós e para com todos. Vivei sempre contentes. Orai sem cessar. (Tessalonicenses 5,15-17).

A riqueza do sentido cristão nesse trecho é insondável aos olhos humanos. Paulo consegue transformar, em poucas palavras, um valor fundamental para se alcançar o Reino dos céus.
“Que ninguém pague a outro mal por mal”. A lógica moral que nos faz refletir essa frase faz realmente pensarmos ser caminho mais correto. Porém, a complexidade de se aplicar na vida cotidiana é mais difícil do que se imagina.
Cristo diz a mesma coisa de uma forma diferente, quando pede para amar nossos inimigos e rezar por aqueles que nos odeiam. (Mateus 5, 44). Se analisarmos a vida de Jesus, percebemos claramente a sua infinita capacidade de amar aqueles que ninguém conseguia.
Tal Amor que dispensava muitas palavras ou discursos longos... Bastava, muitas vezes, apenas um olhar sincero e misericordioso. Mateus se entregou com um simples “Segue-me” (Mateus 9,9) e Zaqueu abriu a sua casa e o seu coração quando Jesus apenas disse: “Zaqueu, desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje em tua casa” (Lucas 19,5). E aquela prostituta que se rendeu ao olhar de Cristo, sem que Ele precisasse pronunciar nenhuma palavra? (Mateus 8,7).
Jesus em todos esses momentos quis e quer nos ensinar que somente a grandiosidade do bem pode preencher os vastos desertos e abismos dos nossos corações. O que precisamos entender é que pagar o mal com o bem, sem dúvida, é fazer um bem primeiro a nós mesmos e depois ao outro.
Um coração não pode ser feliz se estiver repleto de ressentimentos, mágoas e falta de perdão. Se compreendermos isso, o segredo de “viver sempre contente” que Paulo pede em sua carta está revelado para nós.
A alegria de um coração que perdoa, que ama e que acolhe está muito acima daquele coração empedrado, vingativo e egoísta. Precisamos de um coração restaurado e novo pela prática do amor mútuo e do perdão, pois para vencermos o mal, “os bons precisam ser cada vez melhores” como diz São João da Cruz.
Por isso, Paulo enfatiza dizendo que é preciso “orar sem cessar”. Somente Deus, através do seu Espírito Santo, é capaz de nos transformar e nos dar um coração novo e restaurado.
Assim diz Ezequiel: “Eu lhes darei um só coração e os animarei com um espírito novo: extrairei do seu corpo o coração de pedra, para substituí-lo por um coração de carne, a fim de que observem as minhas leis, guardem e pratiquem os meus mandamentos, sejam o meu povo e eu o seu Deus” (Ezequiel 11,19-20).
A beleza do Amor de um Deus diferente de qualquer outro, que precisa e quer estar perto de seu povo. Um amor incansável e insondável por aqueles que não merecem e uma proximidade e cumplicidade única para aqueles que verdadeiramente os busca.
Assim canta o salmista: “Ele está perto da pessoa que o invoca, de todo aquele que o invoca lealmente” (Salmo 144). Portanto, se permanecemos em oração constante, unidos ao Espírito Santo e aos irmãos, conseguimos a força necessária para viver de forma plena esse valor tão importante para os escolhidos de Deus.
Pagar o mal com o bem é semear o amor nos corações e, de alguma forma, fazer a nossa parte para a transformação de uma sociedade mais irmã e uma comunidade verdadeiramente comprometida com sua caminhada rumo aos braços de Deus.
Lembrando sempre que Cristo já nos deu o caminho: “Amai-vos como eu vos amei!”(João 15,12). Fácil? Não... Será que consigo? Sozinho, jamais! Somente pela graça do Espírito Santo!
Deus nos abençoe sempre!
Adryadson F. Nappi

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Ele está no meio de nós!

Digo-vos ainda isto: se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, seja o que for, consegui-lo-ão de meu Pai que está nos céus. Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mateus 18,19-20).

Amados irmãos da Missão Peregrinos do Amor,
Sei que posso dizer com toda fé do meu coração que Cristo sempre cumpre essa palavra para nós. Por isso, precisamos dizer com toda certeza no coração: Ele está no meio de nós!
Sem dúvida, é diante das provações e do cansaço que Ele se apresenta de forma mais real para nós, dando-nos força e coragem para continuar. É o próprio Cristo que nos diz “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei” (Mateus 11,28).
Acima de tudo o que Cristo representa em nossa vida, o mais fascinante de se pensar é saber que seu amor não mede conseqüências, condições e muito menos qualidades específicas para se manifestar em nós.
Quando Cristo diz que está no meio de dois ou três, não coloca condições para essas pessoas. Sem dúvida, essa é a maior graça de nosso tempo. O Espírito de Deus é presente na vida de todos, e todos tem acesso a essa graça por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo (Romanos 5).
É importante perceber nesse trecho bíblico que Cristo afirma Sua presença onde existe a união verdadeira de pessoas que lutam e vivem por algo em comum. Seja um casal em busca da santidade, ou um grupo de pessoas em pequenas comunidades, ou até mesmo uma grande e densa comunidade de fiéis reunidas, em tudo e em todos, Ele está a ouvir, a restaurar, a edificar e a amar de forma plena e verdadeira.
Pela força de Sua palavra e pelo calor do Seu Espírito, vai tocando e modificando corações empedrados e machucados, pessoas sem coragem e perdidas. Em todo momento, Ele está em nosso meio e acolhe tudo e todos.
Todos nós vivemos a graça que Cristo proporcionou no sábado a tarde em nossos corações. Acredito verdadeiramente que todos nós que vivemos aquela reunião maravilhosa e edificante não temos dúvidas dessa presença divina em nosso meio.
Ele falou através de nossos abraços, choros, dificuldades, dúvidas, cansaços e principalmente, falou através do amor que sentimos uns pelos outros. Cada saudade daqueles que não estão mais na missão e cada alegria de poder ver que ainda estamos aqui, suportando uns aos outros no amor e perdoando mutuamente (Colossenses 3,13).
Só tenho que agradecer a Deus por esse amor incomparável e essa presença maravilhosa em nosso meio, e agradecer a todos vocês, meus irmãos em Cristo, por proporcionar momentos tão maravilhosos e ricos como esse que vivi.
E quero terminar essa carta de amor com uma música que expressa um pouco do meu coração no dia de hoje:

Maior motivo.
Walmir Alencar

A vida oferece tanta coisa
E sei que é tão fácil a gente se apegar
Mas tudo tem um começo e um fim
Tudo passa, tudo passará

Custei a entender o que dizia:
Que vale ao homem ganhar o mundo inteiro
E vir a perder a vida eterna?

Se ainda eu pensar em deixar o meu Senhor,
Me lembrarei que ao fim de tudo, só ele restará

Jesus, fica comigo
Eu imaginava não precisar de mais nada
E percebi que lá no fundo não tinha nem motivo pra viver

Jesus, fica comigo
És tudo que tenho e nada mais me resta
Hoje, meu maior motivo és tu


Deus abençoe a todos!
Adryadson F. Nappi

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Meu Senhor e meu Deus!

“Depois disse a Tomé: ‘Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel’. 28Tomé respondeu: ‘Meu Senhor e meu Deus!’” (João 20, 27-28).

Refletindo essa passagem onde Cristo retira toda a dúvida do coração de Tomé, percebo um traço característico de nossa fraqueza humana. Muitas vezes, a nossa má interpretação ou até mesmo certa falta de informação sobre a vida de Tomé, sempre pensamos nele como “aquele que não acreditou”.
Precisamos, antes de tudo, saber que Tomé amava muito Jesus e sentiu muita dor com a perda do seu mestre e pastor. Tal dor esta que, conforme diz a Tradição, o fez correr atrás do corpo de Jesus, não aceitando o seu “sumiço” do sepulcro.
Quando Cristo ressuscitou e apresentou-se para seus amigos que estavam reunidos Tomé não estava presente. Aqui podemos ver um ponto importante dessa narrativa evangélica.
A falta de comunhão com os apóstolos o fez fraquejar nos ensinamentos de Cristo, não aceitando a ressurreição. Para ele, naquele momento, era preciso tocar as chagas de Cristo, pois o simples anúncio e testemunho apostólico de todos os seus amigos que tinham presenciado o acontecido não bastavam para sua fé.
Nesse momento, Tomé representa de forma universal um traço característico de nossa humanidade fraca e incrédula, que muitas vezes não consegue crer se não tocar. Tal exigência é característica de pessoas presas à carne, pois precisam tocar e ver para conseguir acreditar.
São Paulo nos ensina que a fé entra pelo ouvido através da pregação (Romanos 10,17), mas para aquele que está preso na carne, não consegue alcançar essa graça. Tomé, naquele momento, se encontrava preso nas coisas terrenas, palpáveis e que pudessem ser vistas e não conseguia dar abertura para as coisas do espírito.
“Bem aventurados aqueles que crêem sem ter visto” afirma Jesus para Tomé, pois estes estão selados pelo Espírito Santo. Deus é Espírito por excelência e nos criou a sua imagem e semelhança, e por isso somos espírito, alma e corpo (Tessalonicenses 5, 23). Por essa razão, falar de fé torna-se tão difícil para alguns, pois é preciso experimentar um encontro espiritual com Deus Espírito Santo.
Somente pelo Espírito Santo é que conseguimos nos aproximar da graça do amor de Deus Pai e Filho, e é Ele, o Espírito Santo, que nos une de forma verdadeira com Deus.
A dúvida de Tomé o levou para os braços de Cristo que lhe estendeu as mãos para tocar Suas chagas. Naquele momento, pode ser que alguns apóstolos também tivessem o mesmo desejo que foi satisfeito pelas mãos de Tomé.
Após a dúvida veio a consciência da fraqueza. “Meu Senhor e meu Deus” foi a declaração de fé que conseguiu sair daquele coração que havia se esfriado nos caminhos da provação cotidiana.
Sem dúvida, Tomé é um grande exemplo para todos nós discípulos e apóstolos de Jesus, para que nunca deixemos de estar aos pés de Cristo, ouvindo suas palavras e aquecendo o coração, na comunhão com a Santa Igreja em suas reuniões e liturgias.
Tomé, como muitos que se dizem cristão nos dias de hoje, precisou ver o milagre e tocar o próprio Cristo para acreditar no seu poder e na sua onipresença e logo foi exortado por Jesus, mostrando que a verdadeira fé muitas vezes não precisa de sinais prodigiosos, milagres palpáveis, gritarias e curas físicas, mas é fruto de um olhar interior para perceber a manifestação da presença de Cristo no coração.
O bom disso tudo foi que Tomé aprendeu a lição, pois na reunião dos doze em Pentecostes ele estava presente, e recebeu a graça do Consolador, Santificador e Encorajador, e assim seguiu para o Oriente e Índia, pregando as maravilhas que Deus tinha feito em sua vida.
E assim, aquele homem que antes era preso na carne foi capaz de dar a sua carne, para o anúncio da verdade evangélica. E assim foi martirizado em nome daquele que um dia entendeu as suas dúvidas e confiou ainda assim a grande missão apostólica.
Acredito talvez que, no momento de seu martírio, tenha lembrado daquele homem velho e preso na carne, que tinha se tornado um homem novo e nascido do Espírito Santo, e declarou novamente, quem sabe olhando para o céu, “Meu Senhor e meu Deus”.
Que a graça do Espírito Santo possa renovar o nosso coração e que, como fez com Tomé, fazermos cada vez mais presos as coisas do Espírito para que possamos crescer de forma verdadeira em nossa fé.
Somente assim seremos verdadeiramente discípulos e apóstolos de Jesus.
“Meu Senhor e meu Deus, eu creio, mas aumenta a minha fé”.
Deus nos abençoe!
Adryadson F. Nappi

quarta-feira, 18 de março de 2009

Ministério da Palavra

Meus amados
Com muita alegria convido a todos para celebrar e rezar comigo nesse momento tão especial para minha vida e caminhada espiritual.

Rezem por mim!

Deus abençoe a todos!

Adryadson

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A graça do Espírito Santo...

Foto: Eu (Adryadson) e minha esposa Vanessa




Sem dúvida, quando Deus nos coloca a frente de cada missão, não sabemos o que Ele reservou para nós. Sempre são momentos especiais, que nos fazem crescer e nos aproximarmos ainda mais Dele, mostrando Sua graça e amor.
Na segunda feira, em Rio Claro, não foi diferente. Como é bom saber que Cristo está sempre à frente de cada ato que fazemos, de cada música e de cada momento de oração.
Para todos aqueles que estiveram conosco no Rebanhão de Rio Claro e adoraram o Santíssimo Sacramento, nossos mais sinceros agradecimentos por termos vividos juntos momentos tão especiais.
Que a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos!
Adryadson